MP pede ao TCU bloqueio de R$ 56 mi de Bolsonaro e mais 36 indiciados por golpe

MP do TCU pede suspensão do salário de militares indiciados pela PF. (Imagem: Gabriela Biló/Folhapress)
MP do TCU pede suspensão do salário de militares indiciados pela PF. (Imagem: Gabriela Biló/Folhapress)

O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União a suspensão das remunerações de 25 militares indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um plano golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

A medida cautelar requer também a indisponibilidade de bens de todos os 37 indiciados, com o objetivo de ressarcir prejuízos estimados em R$ 56 milhões decorrentes de atos de depredação ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

O pedido

No documento, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado argumentou que a continuidade do pagamento de remuneração a militares e outros agentes públicos indiciados “mostra-se, à evidência, inteiramente incompatível com o princípio da moralidade administrativa.”

Furtado destacou que “o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio estado, para instaurar uma ditadura.”

As investigações conduzidas pela PF, citadas na representação, revelaram um esquema complexo estruturado em núcleos de desinformação, incitação de militares ao golpe e execução de ações operacionais.

Conforme descrito no relatório, os envolvidos tramaram “a abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, que incluía o assassinato do presidente eleito, do vice-presidente e do então presidente do TSE.

Furtado destacou ainda o impacto moral e financeiro dessas remunerações, que totalizam cerca de R$ 8,8 milhões anuais apenas para os militares indiciados.

“A se permitir essa situação, na prática, o Estado está despendendo recursos públicos com agentes que atentaram contra a existência desse próprio Estado.”

Conexão entre os eventos de 2022 e 2023

O subprocurador ressaltou a ligação direta entre os atos golpistas de 2022 e as depredações às sedes dos Três Poderes, ocorridas em 8 de janeiro de 2023.

“Os indiciamentos promovidos pela Polícia Federal e decorrentes de inquéritos sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal apontam para a direta conexão entre as tratativas golpistas que ocorreram no ano eleitoral de 2022 e as depredações ocorridas nas sedes dos três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.”

Ele reforçou que os atos criminosos resultaram em prejuízos patrimoniais significativos, estimados em R$ 56 milhões, o que justifica medidas urgentes para ressarcimento ao erário.

Por fim, o Ministério Público solicitou que o Tribunal determine o arresto de bens e a indisponibilidade do patrimônio dos responsáveis pelos atos golpistas.

“Não me parece moral, legal e constitucionalmente aceitável, portanto, que continuem sendo regiamente remunerados por um Estado que pretendiam abolir”, concluiu o subprocurador.

A autoridade afirmou que as medidas cautelares são indispensáveis para proteger não apenas o erário público, mas também a integridade dos princípios democráticos que fundamentam a República.



Via Migalhas

Compartilhe agora:

Este conteúdo é disponibilizado apenas para fins informativos gerais e não tem a intenção de abordar todos os detalhes dos temas mencionados. Não deve ser considerado um substituto para orientação de um especialista ou profissional qualificado. Ppiniões expressas em matérias são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Mais Lidas